quarta-feira, 23 de julho de 2008

os três crivos

Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos seus ouvidos:

- Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular...
- Espera! - ajuntou o sábio prudente - já passastes o que me vai dizer pelos três crivos?
-Três crivos? - perguntou o visitante, espantado,
- Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles.
O primeiro é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza quanto aquilo que pretendes comunicar?
-Bem - ponderou o interlocutor - assegurar mesmo, não posso... Mas ouvi dizer, e então...
- Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julga saber, será pelo menos bom o que me queres contar?

Hesitando, o homem replicou:

- Isso não... Muito pelo contrário...
- Ah - tornou o sábio - então recorramos ao terceiro crivo, o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.
-Útil?- aduziu o visitante ainda agitado - útil não é...
- Bem- rematou o filósofo num sorriso – se o que tens a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificação para nós..!

Nota: não sei se é preciso dizer que muitas vezes levo pouco em conta esses três crivos...

fonte: http://www.sabedoriadosmestres.com/s/chico-xavier/-os-tres-crivos-1623.html

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