domingo, 27 de julho de 2008

a vida como ela está (respostas a um "diálogo" cheio de pausas)

Chego a pensar que é (quase) impossível concentrar-se em algo, por mais importante que isso seja, quando temos outra coisa a nos incomodar por dentro. O pior é quando não se pode entender o que é essa tal "outra coisa" a nos corroer...

Sim, porque nossa razão é limitada - bem limitada! Serve para algumas coisas, como cálculos, distâncias, estratégias, desenvolvimento de ferramentas e técnicas, ciência, entre outros - e tem servido muito bem, obrigado! Agora, para outras coisas é melhor nem tentar usá-la.

Além disso, minha intuição é subdesenvolvida e não consegue ter clareza, feeling, certeza, segurança e bom senso para perceber as coisas em sua essência, livre de máscaras, ilusões e pontos-de-vista. Quero dizer, as coisas como realmente são - se é que existe "realmente são" - independente de nossas visões parciais.

Acontece que o tempo urge e o mundo não pára quando precisamos colher nossos cacos, e não espera que termine de queimar a chama da angústia entre o querer e o não poder. E eu decididamente escolhi que não quero mais ser atropelado pelo mundo, e as poucas coisas com que me comprometo eu me esforço em dar conta. Eu tenho que dar conta!

Agora, como fazer isso, nesse momento, não tenho respostas. Quero sim me purificar em ti. Se o fogo é símbolo (ou agente) de purificação, então na verdade estou sendo purificado (ou testado) POR ti, e não EM ti. Se eu pudesse escolher, estaria com a segunda opção. Mas parece que às vezes a solução não é encarar o problema de frente, e sim sair correndo inventando desculpas e descarregar o furacão em um monte de teclas: vitimização e espetáculo (sim, isso também é uma autocrítica).

Mas, como eu dizia, não me foi dada essa escolha, e a solução viável realmente parece ser "pau no seu cú!" (ou seria no meu?!) Porque é lógico que estamos longe de ser "budas", mas eu não vou morrer sem tentar. Ou, em outras palavras, não me contento com a zona de conforto (e a vida de alguma maneira deve estar querendo me ajudar a não me sentir acomodado com situação nenhuma sequer).

Gostar, se dedicar, sonhar, ter pés no chão, ser amigo, cair, chorar, se levantar, seguir... Sim, a vida é difícil, mas hoje estou certo de que definitivamente ela vale a pena! E por isso até agradeço...

Um comentário:

autor desconhecido disse...

Beto, não quero atrapalhar a sua zona de desconforto, mas ainda assim dedico a vc as palavras do meu mestre Dan Millmann: não são as coisas por que você passa que provocam o sofrimento - é a sua resistência a que essas coisas aconteçam.
Abraço

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